quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MOCHILEIRA

 

Apos decidir visitar a Asia e tomar conhecimento de pernoites em trens descobri a real utilidade da mochila e das implicações da vida de mochileiro.

A primeira vez eh sempre difícil pois não sabia sequer comprar a mochila. Claro, que quanto menor, melhor para carregar mas cada um tem suas necessidades minimas. Nem levei meu inseparável secador, que por sinal nem fez falta. Era tudo tao barato que usei salão durante toda a viagem. Alem disso, mesmo sabendo que não tem espaço, você sempre compra alguma coisinha. Descobrir qual o modelo mais fácil de carregar, mais seguro, com mais aproveitamento de espaço eh a próxima etapa.

Carol e Mick tem algumas pois gostam de acampar. Simpatizei com uma anatômica que protegeria minhas costas. Alem disso ela abria em cima como um saco. Por fora apenas alguns bolsos pequenos para se acomodar um casaco leve de nylon e pequenas coisas. Esse tipo evita que alguém abra sem você perceber. Alem do cordão ela tem uma cobertura com fechos. Senti firmeza. Acomodei minha pouca bagagem em sacos de zíper, separadas por departamento para localizar com facilidade. A mochila eh grande, maior do que eu. Celso me desencorajou a levá-la e sugeriu uma dessas menores com duas repartições. Ele levou uma dessas mas não me convenceu.

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Como seria verão no Sudeste Asiático levei minha sandália ortopédica e achei que andaria com ela o tempo todo. Como estava frio na Austrália calcei um tênis preto confortável e vesti o agasalho de nylon leve que depois seria fácil de acomodar na mochila. Ela eh grande e pesada. Logo descobri que não conseguiria andar com ela o dia todo como imaginava que os mochileiros o fizessem. Durante o dia elas ficam sempre no hotel. Na maioria das vezes paga-se um valor pequeno pelo seu armazenamento temporário. Como não conhecíamos o metiê nos dispomos a pagar um quarto de hotel para deixá-la mas logo fomos pegando os macetes.

No segundo dia de caminhadas com calor e muita umidade tinha bolhas na sola dos pés e dedos. Furei as bolhas e deixei a linha amarrada com um no para não fechar ate curar. Na hora que fura arde, queima mas logo em seguida alivia e acelera o processo de recuperação. E passei a usar o tênis. Não tive mais problemas e aprendi que mesmo sendo verão se você tem que caminhar tem que usar tênis.

Pelo caminho vão surgindo as sugestões e dicas de quem já passou pela experiencia. Uma dinamarquesa sugeriu usar botinas. Ela e o marido estavam usando-as. Acho-as muito pesadas. Nas estacoes de trem sempre havia grupos de diferentes nacionalidades e não eram apenas jovens, não. Cinquentões e sessentões também marcavam presença.

Com um casal eu comentei que no Vietnan era tudo tao barato e que com mochila não podíamos comprar nada. Eles sugeriram que enviássemos pelo correio. Aproveitamos a ideia e mandamos alguns cafés especiais para Austrália, entre eles o Cafe mais caro do mundo, Nguyen, e um xarope de cafe extraído através da prensagem da semente. Não pode ter nem 1 grão queimado. Ele fica mais forte e licoroso. Eles tomam tanto quente quanto gelado.

Celso acabou comprando uma mochila maior em Da Nang, ainda no Vietnan.

Hoje penso que as mochilas são mais funcionais do que as malinhas de rodinhas que nos obrigam a sobrecarregar apenas um lado do corpo na hora de transportá-las nos aeroportos e na passagem entre os bancos dentro do avião. E como não a carregamos o tempo todos elas podem ser maiorzinhas, né. Virei mochileira.

Abraco,

Cida.

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